quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Tattoo, um vício, uma paixão

Segundo um estudioso da arte polinésia (a Polinésia é considerada o berço da redescoberta da tatuagem no mundo moderno), "Edward H. Dodd", em relação à origem da tatuagem, existem 2 hipóteses: uma é que a tatuagem nasceu uma única vez e se espalhou pelo mundo, e a outra é que a tatuagem nasceu mais de uma vez, em diferentes continentes.
A tatuagem parece ser um dos candidatos mais plausíveis ao controvertido conceito de origem independente em várias partes do mundo. As cavernas da pré-história escondem corantes, furadores e cálices contendo a pirita de ferro, própria para a tatuagem. Acredita-se que os trogloditas se orgulhavam das cicatrizes propositais, pois eram sinônimo de coragem. Acreditava-se que o corpo era insuficiente, e que a natureza, de alguma forma, deveria ser domada, daí tatuavam-se os corpos e faziam-se cicatrizes por todo o corpo. Inicialmente, a tatuagem servia para marcar os fatos da vida biológica (nascimento, puberdade, reprodução e morte, bem como a família), depois os fatos da vida social (se tornar um guerreiro, um sacerdote, casar-se, celebrar a vitória, identificar posse de prisioneiros, etc..), e também para se pedir proteção ao sobrenatural, durante a vida e também após a morte.
Os indícios concretos mais antigos registrados são de 700.000 anos antes de Cristo; Em 1991, na divisa da Itália com a Áustria, um grupo de turistas encontrou um corpo congelado, que após analisado, verificou-se tratar de algo em torno de 5.000 anos antes de Cristo (período Neolítico); O homem tinha tatuagens no corpo, sendo linhas paralelas ao longo da região lombar, uma cruz abaixo do joelho esquerdo e faixas no tornozelo direito. Os primeiros cristãos usavam a tatuagem para se identificar, tatuavam a cruz, JHS (sigla do nome de Jesus), peixes, letras gregas, símbolos da igreja, etc... A idade média baniu a tatuagem da Europa pois acreditava-se ser demoníaca, sendo que qualquer cicatriz, má formação ou desenho à flor da pele, o corpo alterado em si, era considerado como "moradia do Cão". A Europa só fora reconquistada pela tatuagem apenas em 1767, quando os marinheiros britânicos chegaram ao Taiti e foram tatuados por aborígenes taitianos. Em 1769 desembarcou em Paris "Aorotu", um taitiano com o corpo todo tatuado que maravilhou o país.
O pai da palavra "tattoo" foi o capitão James Cook (também descobridor do surf), que escreveu em seu diário em sua 1º viagem a palavra "tattow",também conhecida como "tatau" (era o som feito durante a execução da tatuagem, onde se utilizavam ossos finos como agulhas e uma espécie de martelinho para introduzir a tinta na pele). A máquina elétrica de tatuar foi patenteada em 1891, em Nova York, pelo irlandês "Samuel O'Relly", que se baseou na invenção de "Thomas Alva Edison" , uma máquina de imprimir por meio de pontos de tinta no papel, que foi utilizada com o mesmo processo, só que para tatuar.
A partir de então, a tatuagem foi muito procurada por marinheiros e o meio artístico circense. Também foram criados cubes de tatuagem, e a especialização na manufatura de artigos específicos para tatuadores. A tatuagem foi retratada em várias manifestações culturais como teatro, cinema, literatura,
pintura, música, etc... A tatuagem elétrica chegou ao Brasil em junho de 1959, através do dinamarquês "Knud Harld Likke Gregersen", que ficou conhecido como "Lucky Tattoo"; Knud dizia que suas tatuagens davam sorte, e em menos de 6 meses Lucky já era notícia de tv.; Foi ele quem tatuou um dragão no "Menino do Rio", da famosa canção de Caetano Veloso. Graças ao dinamarquês, o Brasil entrou no mapa da tatuagem contemporânea, e a cada dia que passa, mais e mais tatuadores desenvolvem técnicas específicas, devido ao maior interesse do público e ao apoio da mídia, que se propõe a divulgar a arte da tatuagem e a derrubar os preconceitos que a sociedade tem em relação à esta arte.
fonte:body art studio